A evolução das camisas dos 12 grandes clubes do Brasil
Por ser um país de dimensões continentais, o Brasil tem a grata condição de abrigar inúmeros clássicos disputados entre alguns dos clubes mais importantes do planeta. Equipes que marcaram época graças a craques que se tornaram imortais de uma paixão infinita. Os heróis ficam na história, viram contos nas mãos de cronistas e nas vozes de torcedores ávidos para espalharem o amor pelas suas cores.
E o símbolo maior neste romance é a camisa de futebol. Feita com algodão pesado no despertar do esporte bretão, elas ainda tinham botões quando os primeiros clássicos brasileiros nasceram naquele que viria a ser o país com maior número de títulos e grandes jogadores no planeta Terra. Confira abaixo a evolução nas camisas dos times que fazem os maiores clássicos do nosso futebol.
Botafogo: alvinegro até demais!
De 1906 até 1973, o Botafogo não usou o seu uniforme reserva nos clássicos contra Fluminense, Flamengo e Vasco. Afinal de contas, o Glorioso não contava com a chamada ‘peça nº 2’. A camisa branca, alternativa à clássica alvinegra, nasceria apenas na década de 1970. Apesar de costumeiramente sempre vestir o seu primeiro uniforme nos clássicos cariocas, o time de General Severiano passou a ter a opção do branco e, em 1995, do preto para enfrentar os seus rivais. Em 2010, o clube chegou a se vestir de cinza para enfrentar o Vasco... mas após levar uma goleada, a camisa não foi tão usada. Ao menos os torcedores puderam comemorar o título estadual naquela mesma temporada!
Fluminense: tradição pura
A camisa mais conhecida do Flu é a tricolor, lógico. Com ela a equipe das Laranjeiras conquistou vitórias inesquecíveis e troféus importantes, como o Brasileirão de 1984, sobre o Vasco. No Fla-Flu que decidiu o estadual de 1995, Renato Gaúcho recebeu uma bolada na barriga e correu para o abraço quando viu a esfera estufar as redes para dar a vitória ao seu time. Naquela temporada, o Tricolor estampou a frase “Ame o Rio” na camisa.
Vasco: a faixa diagonal veio só depois!
Flamengo: mudança nas listras, nunca na cor
A primeira camisa usada pelo futebol do Flamengo ficou conhecida como ‘Papagaio de Vintém’ e vez ou outra é relançada. Em 1914, a primeira edição com listras horizontais tinha a combinação rubro-negra, acrescentado com uma fina linha branca.
Entretanto, por ser muito parecida com a então bandeira da Alemanha, protagonista na Primeira Guerra Mundial, a peça foi aposentada em 1916, ano no qual nasceu a camisa que conta com o maior número de torcedores do Brasil: rubro negra, em listras horizontais. O tamanho das listras, assim como detalhes nas golas, sofreram alterações ao longo dos anos. Mas o Manto Sagrado seguiu inalterado desde então.
Cruzeiro: à italiana
Foi em 1942 que o Palestra Itália de Minas Gerais virou o Cruzeiro. Mas somente no ano seguinte o clube passaria a vestir a belíssima camisa azul. A primeira edição tinha detalhes em branco dos ombros ao peito, e a constelação do Cruzeiro do Sul ‘protegido’ por uma costura circular. Em 1944, a camisa passou a tomar a forma que imortalizou títulos, craques... e uma grande rivalidade com o Atlético-MG!
Atlético-MG: Galo marcado na identidade!
O primeiro uniforme do Atlético-MG foi todo preto, com detalhes em branco na gola. No ano seguinte, o clube lançou o modelo alvinegro. Ao longo das décadas, o escudo sofreu algumas mudanças, assim como a largura das listras verticais. Em 1997, o torcedor que gritava “Gaaaaaaaaaalo!!!!” no Mineirão pôde reparar uma singela homenagem ao mascote na gola da camisa. Em 2000, o nome “Galo” chegou até a ser estampado para preencher o espaço vazio de patrocínio.
Corinthians: mudança de cores graças às lavagens
Em 1910, o Timão usava uma camisa na cor bege – pouco comum até para a época. Mas como a peça passou a ficar desbotada com as seguidas lavagens, o clube adotou o branco em 1911. De lá para cá, mudanças nos escudos e em outros detalhes aconteceram.
As alterações mais comuns são vistas até hoje: o uniforme titular pode ser todo branco, ou ganhar listras verticais finas em branco. O mesmo raciocínio vale para a camisa reserva, que costuma ser mais ‘aberta’ a mudanças: teve até listras douradas em 2006. Atualmente, a peça reserva conta com listras horizontais em preto e branco.
Palmeiras: verde que domina
Ao longo de sua história, o Palmeiras teve camisas azuis, cinzas e até na cor ‘marca-texto’. Na época da vitoriosa parceria com a Parmalat, o uniforme passou a ter inéditas listras brancas verticais. A presença do verde, no entanto, sempre foi muito marcante.
Santos: sem grandes mudanças
O Santos ficou e será sempre conhecido pelo seu uniforme todo branco. A primeira camisa usada pelo Peixe ainda contava com uma espécie de braçadeira na cor azul. Muitos anos depois, a equipe da Vila Belmiro usaria esta mesma cor para o uniforme nº 3.
São Paulo: manto titular inalterado
Com a exceção de patrocínios e pequenos detalhes, a camisa titular do São Paulo nunca sofreu grandes alterações desde a sua fundação, em 1935. Como o estatuto do clube dificultava muitas mudanças, os uniformes foram pouco alterados. O que apresentava mais mudanças era o reserva, que alternava o tamanho de suas listras. Recentemente, por causa da aposentadoria de Rogério Ceni, o clube passou a contar também com uma terceira opção, na cor grená, homenageando o ídolo.
Internacional: vermelho até para provocar o rival
Em seus primórdios, o Inter usou uma combinação de vermelho e branco. Depois, optou pelo vermelho absoluto, que é a maior identidade do torcedor colorado. A camisa reserva mudou um pouco mais: já teve uma faixa na altura do peito, outra diagonal e várias horizontais. Em 2002, para provocar o rival Grêmio, o clube lançou um modelo muito semelhante ao do Ajax, da Holanda. Motivo? A equipe de Amsterdã bateu o Tricolor no Mundial de Clubes em 1995. É pouca, a rivalidade?
Grêmio: um longo caminho até a escolha do manto tricolor
A primeira camisa do Grêmio surpreenderia até o mais fanático dos torcedores. Tinha um 'quase vermelho' combinado com azul! Na verdade, a combinação (com seguidas listras horizontais) era com a cor ‘havana’, que nada mais é do que um tom de marrom avermelhado.
Foi apenas em 1929, 26 anos após a fundação do clube, que a camisa imortal nasceu. Ao longo dos anos, ela teve variação no formato das listras e tons de azul. Já o uniforme reserva, como de costume, sofreu maiores alterações.